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O tempo antes e depois da maternidade

Quando o meu tempo era só meu, eu passava horas em frente ao espelho me arrumando para sair. Tomava banho tranquilamente, almoçava calmamente, e gastava o tempo que achava necessário para comer e conversar com quem fazia as refeições comigo. Varava a noite assistindo 3 filmes seguidos se tivesse vontade. Quando saia no sábado a noite e chegava em casa, tirava a roupa tranquilamente sem me preocupar se ia fazer barulho. Deitava sem pensar na hora que eu teria que acordar, e dormia igual a uma pedra pois não... Leia mais

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Quando o meu tempo era só meu, eu passava horas em frente ao espelho me arrumando para sair. Tomava banho tranquilamente, almoçava calmamente, e gastava o tempo que achava necessário para comer e conversar com quem fazia as refeições comigo. Varava a noite assistindo 3 filmes seguidos se tivesse vontade.

Quando saia no sábado a noite e chegava em casa, tirava a roupa tranquilamente sem me preocupar se ia fazer barulho. Deitava sem pensar na hora que eu teria que acordar, e dormia igual a uma pedra pois não tinha preocupação com nada. No dia seguinte, passava o dia todo jogada no sofá vendo o domingo passar diante dos meus olhos, só ali deitada e descansando. Alternava, do sofá para a cama, da cama para o sofá. Até que logo a minha mãe falava: Thaís venha almoçar!

Quando o meu tempo era só meu, eu tinha muito tempo para fazer o que eu quisesse ou para não fazer nada.

Ligava para as minhas amigas e passava horas ao telefone, com o namorado mais horas e horas conversando, a orelha até doía. Meu pai entrava na linha e falava: Thaís está na hora de desligar!!! Quase morria de vergonha!

Era um tempo em que minha avó vinha em casa e falávamos de tudo, passávamos horas tricotando como ela diz.

Agora que o meu tempo não é todo meu, aliás, agora que o meu tempo quase não é meu, eu me olho pouquíssimo no espelho. Tomo banho de 5 minutos se for necessário. Nas refeições, como diz uma grande amiga minha, praticamente nem mastigo a comida, engulo direto os alimentos pois sempre tem alguém me chamando de dois em dois minutos.

Em casa quase não assisto filmes, pois quando os meninos dormem e eu penso em assistir algo, o sono é tanto que eu acabo dormindo. Só assisto se for no cinema e, mesmo assim, se o filme não for muito bom, acabo dormindo de tão cansada.

Meu tempo hoje em dia é cronometrado: fazer NADA já não faz mais parte da minha vida.

Agora que o meu tempo não é todo meu, eu chego em casa de um jantar na ponta dos pés, não deixo o meu marido puxar a descarga em hipótese alguma para não acordar os meninos. Tiro a maquiagem em dois segundos, escovo os dentes rapidinho, enfio o pijama e corro para a cama.

Entretanto, no dia seguinte, tenho dois meninos lindos pulando na minha cama e dizendo “vamos acordar mamãe já está de dia”! Por mais que seja difícil acordar, acordo feliz pois tem alguém que me espera e depende de mim.

Agora que o meu tempo não é nem de longe só meu, tenho os sorrisos e as gargalhadas. Tenho alegria pela casa, beijo a toda hora e abraços apertados. Tenho criança para cobrir, contar histórias e dar beijo na hora de dormir. Tenho bochechas para beijar a hora que eu quiser. Pescoçinhos deliciosos para fazer cosquinha. E  o mais importante, sou o melhor colo para consolar.

Sempre que volto do trabalho ou de algo que estava fazendo na rua, tenho eles ansiosos esperando por mim e me contando o que fizeram enquanto eu não estava.

Com tudo isso penso que a verdade é uma só: o que eu perdi em tempo para mim, eu ganhei em tantas outras coisas que é impossível mensurar. Mas o que eu realmente sei é que ganhei uma árdua e deliciosa responsabilidade de ser mãe com tudo o que dói e tudo o que é delicioso. Amo os meus filhos! Amo ser mãe!

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