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Poliamor - Por Ju Levy

Outro dia, no meu curso sobre atendimento de casais, assisti o documentário Poliamor.  Um trabalho sobre pessoas que que vivem em relacionamentos a três, em que todos sabem da existência de todos e em alguns casos vivem todos na mesma casa e podem até dividir a mesma cama. No documentário 3 “casais” contam como se relacionam e que consideram a questão como uma capacidade de amar muitas pessoas. O doc tem 15min e tem a capacidade de nos fazer pensar em muitos assuntos. A partir disso, milhares de pensamentos começaram... Leia mais

Outro dia, no meu curso sobre atendimento de casais, assisti o documentário Poliamor.  Um trabalho sobre pessoas que que vivem em relacionamentos a três, em que todos sabem da existência de todos e em alguns casos vivem todos na mesma casa e podem até dividir a mesma cama.
No documentário 3 “casais” contam como se relacionam e que consideram a questão como uma capacidade de amar muitas pessoas. O doc tem 15min e tem a capacidade de nos fazer pensar em muitos assuntos.
A partir disso, milhares de pensamentos começaram a borbulhar na minha cabeça e, desde já peço desculpas, caso o texto fique meio confuso, pois, ordenar tudo é bem complicado, sendo um tema extremamente complexo!!!!
No inicio logo pensei: eu não daria conta de viver assim!! rsrsrsrs  Primeiro que não toparia dividir meu marido com outra mulher, não conseguiria ficar tranqüila e logo a vida ficaria um inferno. E,não conseguiria me dividir entre dois homens. Haja trabalho!! Rsrsr até, porque considero que estar com alguém exige uma grande entrega e acho que não teria como lidar com isso.  Alem disso, lidar com todas as angustias, minhas e deles (já pensei quais seriam as minhas se estivesse no lugar de um deles).  Não agüentaria que o meu marido achasse bom me dividir com outro homem! Teria a fantasia de que ele não gostasse tanto assim de mim, que talvez não fosse tão importante para ele! Pelo fato dele não se incomodar da esposa estar com outro homem.
Depois acharia um pouco estranho que o meu marido quisesse que eu o dividisse com outra… ficaria muito desconfiada!!  Pensaria: por que ele precisa ter 2 mulheres? Será que ele gosta mesmo de mim? Será que ele não pode ser feliz somente comigo (como esposa)?? E seria muito difícil saber que ele pode estar com outra pessoa e eu não saber o que esta acontecendo… Acredito que eu poderia enlouquecer!!
 
 Isso, sem entrar muito no assunto filhos, ter um cada um? Ter de um só? Sera que realmente teria filhos com este formato de “casal”? teria tempo para isso? Como que eu explicaria para eles? Nossa… Muito confuso…
 
Voltando para o documentário:  e o ciúmes? Será que eles não sentem?  Mas, logo  podemos ver, o medo de estar fora e de ” perder” o outro. O sentimento de exclusão existe, podemos ver nas cenas de beijos e caricias de um dos homens com a mulher, aí vem o outro e faz a mesma coisa, na tentativa de estar junto e não ficar de fora…
Fiquei pensando na construção da intimidade destes casais. Não na sexual, (depois volto neste assunto) mas na capacidade de construção do vinculo com o outro, na formação da parceria, na entrega emocional. Penso que muitos casais podem passar anos construindo a sua parceria e que um relacionamento a dois requer uma energia muito grande para que ele, não só dure, mas que seja forte para viver seus momentos de crise.  Será que um relacionamento a três pode durar muitos e muitos anos?? Se lidar com as próprias dificuldades e as do outro não são fáceis, será que em três há espaço para para isso também? Ou o esquema seria: amo você enquanto tudo for fácil? Como também acontece em muitos casais ” normais”. Que depois que passa a paixão e o encantamento (tipo dois anos), já separam.
Já no sexual, tenho  a impressão que tudo pode acontecer. Se três pessoas podem dividir a mesma cama, podem dividir outras coisas… E desta forma  a sexualidade também é compartilhada entre os três. E como ficam as fantasias sexuais?? Se, na maioria dos casos elas devem ser somente fantasias, como ficamos se elas forem realizadas sempre, ou pelo menos com muita freqüência?? O que sustenta o desejo? Porque, sabemos que uma parte dele, é para ficar na imaginação! E o que restará para imaginar, se tudo passar a ser real?? Talvez, eu seja um pouco antiquada…mas creio que a maioria dos casais (e aí digo pessoas) não tem tanta estrutura emocional para lidar com todas as concretizações das fantasias. Já ouvi de muitos relatos de casais que entraram em crises e chegaram a se separar  depois de idas a casas de swing e menages a trois… Acredito que podemos ter a “cabeça” muito moderna, mas nossos sentimentos são mais primitivos do que imaginamos! O sentimento de ser único para o outro é muito forte e lidar com o perigo (na sua frente) de ver o outro se “encantando” (quando você sente que pode rolar algo que vá além do sexual/fantasia-do controlável  com o seu parceiro), pode ser extremamente dolorido.
 
Um dos assuntos no vídeo, é a capacidade de amar muitas pessoas.  Claro que podemos amar muitas pessoas, mas de formas diferentes!!!  Amo muitas pessoas, mas meu marido amo de uma forma muito especifica. Pois há o envolvimento sexual, o que não existe nos meus outros amores!! E isso, muda tudo!! Acredito que aprendi desde criança na importância da diferenciação dos papeis na minha casa, quem são os pais e como eles se comportam e desta forma, como os filhos vão aprendendo a buscar seus pares amorosos. O amor que os pais (casal) tem um com o outro não deve ser o mesmo que eles tem com os filhos.  E  fronteiras necessárias construídas pelo casal, para que os filhos possam estar livres neste caminho. Mas, acredito que isto nem sempre acontece. E os filhos, ou um deles, podem ser “convidados” a  estar muito envolvidos  na dinâmica do casal, muitas vezes, para evitar que uma crise apareça, ou até mesmo uma separação. E, assim,  vivem num triângulo. Na maioria das situações a construção desta dinâmica familiar/casal é extremamente inconsciente, que contribui para que os comportamentos pareçam muito naturais, mas que no fundo, são confusos, ambivalentes e ligados a uma herança (de outras gerações) familiar. Como um padrão de relacionamento a ser seguido. Fico com a fantasia que estes casais a três poderiam ter tido em casa situações como esta. Como se amar mãe e pai fosse igual a amar e viver com dois homens. Penso que essas concepções de amor podem estar bem confusas.
 
O filme me fez pensar nos acordos: assim como nos relacionamentos abertos (que cada um do casal pode sair e transar com outras pessoas) os acordos devem ser extremamente definidos! Como cada um irá se comportar? Todos moram juntos? Ou o terceiro mora na sua casa e se encontram em alguns dias na semana? Ou mesmo, cada um na sua casa? Isso e cada assunto deve ser muito conversado, para evitar confusões, digo, o sentimento de ser traído.  Pois, qualquer ação que não for de acordo com o contrato, pode ser considerada traição. Assim, como nos casais a dois. Mas, neste caso, muitas clausulas podem ficar subentendidas e aí causar conflitos. O que cada casal considera como traição? Ja ouvi diversas respostas. E isso também muda ao longo do casamento, a vida vida muda junto com o desenvolvimento do casal e seus significados também!
 
Segue o link caso queiram assistir:
 
Nossa… Quanta coisa!!!!! Acho melhor parar por aqui hoje
Beijos e até o próximo tema!!!
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